O mercado imobiliário brasileiro não passa por um momento de “bolha” que possa vir a desestabilizar a economia, revelou a MB Associados, em estudo encomendado pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
O aumento de preços visto no mercado parece, conforme a conclusão do estudo, ser um processo gerado por oferta e demanda, não oferecendo riscos para a economia, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, com o crédito subprime que originou a crise de 2008.
Entre os motivos que afastam o Brasil de uma bolha no mercado imobiliário, o estudo aponta as condições macroeconômicas sólidas, a forte regulamentação e a classe média em forte processo de expansão de emprego e renda.
Renda x preços
De acordo com o estudo, mesmo que o preço do imóvel no Brasil suba na mesma proporção que nos Estados Unidos, a evolução poderá ser absorvida pela expansão da renda.
Para fazer o cálculo, levou-se em consideração que o preço do metro quadrado do imóvel subiria 11,2% ao ano entre 2009 e 2015, a mesma evolução que aconteceu nos Estados Unidos entre 1997 e 2006.
Mesmo que isso acontecesse, o crescimento do preço seria condizente com o crescimento da renda da população no período e a prestação mensal do imóvel ainda ficaria em torno de um terço da renda do comprador, conforme mostra a tabela abaixo:
Prestação mensal x Renda mínima | |||
2009 |
Taxa de juros |
Prestação mensal |
Renda mínima |
Luxo |
11% ao ano | R$ 2.640 ao mês |
R$ 8.800 |
Média/luxo |
11% ao ano |
R$ 1.629 ao mês |
R$ 5.431 |
Econômico |
9% ao ano | R$ 620 ao mês |
R$ 2.065 |
2015 |
Taxa de juros | Prestação | Renda mínima |
Luxo |
11% ao ano |
R$ 4.995 ao mês | R$ 16.649 |
Média/Luxo |
11% ao ano | R$ 3.083 ao mês | R$ 10.275 |
Econômico |
9% ao ano | R$ 1.172 ao mês | R$ 3.908 |
Fonte: Abecip/ MB Associados |
Fonte: InfoMoney
Flávia Furlan Nunes
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