O tamanho da dívida, o valor dos juros, o prazo de pagamento, o preço do sonho. A compra da casa própria é uma das decisões mais importantes na vida de qualquer família. As condições podem ser tentadoras, mas é preciso tomar cuidado para não perder dinheiro.

É hora de tomar uma das decisões mais importantes na vida de qualquer família: a compra da casa própria. Mas o que fazer para se tornar um "feliz proprietário", sem correr o risco de perder dinheiro? Será que na hora de pegar um financiamento bate aquele friozinho na barriga?  

“Com certeza”, responde a costureira Maria Marques.

“Por causa do emprego, desemprego, tudo mais, a gente não sabe o que vai acontecer”, a técnica de sistemas, Teresinha Cardoso.

“Tem que pensar bem porque financiamento a longo prazo é uma divida bem alta. Você tem que planejar e estudar bem”, acredita o analista de planejamento Tiago Amarante.

O primeiro passo no longo caminho para a casa própria é planejar, estudar e pesquisar muito bem, já que as ofertas estão por aí.

“Em função da estabilidade econômica que o país atravessa, os financiamentos habitacionais cresceram de maneira muito significativa”, explica José Domingos Vargas, superintendente da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro.

E como cresceram. O volume total de financiamentos imobiliários praticamente dobrou em apenas um ano: de R$ 9,3 bilhões em 2006 para R$ 18,3 bilhões em 2007.

Vinicius e Ana Paula compraram um apartamento de dois quartos por R$ 118 mil. Até a entrega das chaves, daqui a um ano, eles vão pagar parcelas de R$ 350. Eles estão fazendo poupança há algum tempo para pegar o menor financiamento possível.

“Vamos financiar em dez anos e estamos pensando em dar uma entrada de pelo menos 50% do valor do imóvel”, conta o administrador Vinícius Ferreira.

De acordo com o economista Luiz Carlos Ewald, a decisão é muito boa, pois quanto menos juros pagar, melhor será o negócio.

Marcela e Leonardo estão noivos e procuram aquele apartamento dos sonhos, algo em torno dos R$ 230 mil.

“A gente não quer começar uma vida cheia de divida. Queremos começar uma vida do jeito que a gente possa pagar”, fala a estudante Marcela Viegas.

Eles querem pagar prestações de R$ 2 mil por mês, em um financiamento a longuíssimo prazo: mais de 20 anos.

“Muito cuidado com o valor da prestação que vai ter que ser assumida na hora de pegar o financiamento”, porque se você se arrepender é complicado, acaba tendo que devolver o imóvel. Não pode dar um passo maior do que a perna”, aconselha Luiz Carlos Ewald.

“Se a pessoa fizer uma boa escolha, poderá pagar um valor de financiamento, inferior, inclusive, ao que paga hoje de aluguel”, afirma sé Domingos Vargas.

Uma dica importante para quem quer financiar é não comprometer mais de 30% do orçamento familiar com as prestações. Reforçando, no máximo 30%.

“Na hora de pegar o financiamento, o apartamento está pronto, você deve muito cuidado com o prazo, que pode chegar a 30 anos. No entanto, se você puder pagar mais R$ 180, ao invés de ser 30 anos, pode ser em 20 anos”, ensina Ewald.

Além do financiamento, outra dúvida que quase todo mundo tem na hora de comprar um imóvel na planta. Será que a construtora é sólida e vai mesmo entregar a obra no prazo?

“Eu sugiro que primeiro a pessoa investigue bastante uma construtora que tenha histórico e credibilidade, conheça suas obras. Depois é preciso fazer um planejamento para que ela realmente possa dar conta de comprar e saldar o seu pagamento”, aconselha o empresário Eduardo Barreto.

E será que é melhor comprar um apartamento já pronto?

“Eu não acho que é uma questão de melhor, é uma questão de caber no bolso ou não. No pronto, além de ser mais caro, o consumidor tem que dar um sinal maior. Na planta, tem um período maior para dividir essa poupança, o que vai facilitar”, diz Eduardo Barreto.

A comerciaria Fabiana Wondermoureem já comprou o apartamento dela no valor total de R$ 132 mil e ela vai pagar R$ 32 mil durante a obra e depois vai procurar um banco para financiar o restante.

Fabiana pode pegar esses R$ 100 mil em um banco que cobre no máximo com taxa de 9% ao ano. Como há concorrência, pode ser até menos. Outro cuidado: como ela está grávida, o primeiro filho consome 30% do orçamento de despesa do casal.

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Fonte: Rede Globo/Fantastico