A pesquisa, que contou com a avaliação da Brain Bureau de Inteligência Corporativa, empresa de Curitiba especializada em análises do mercado imobiliário, analisa o desempenho do mercado imobiliário e a relação com o cliente. Traz projeções da população da cidade até 2015, por regiões, bem como identifica as características do setor de construção civil em Londrina, construções feitas com mais freqüência e para quais tipos há mercado.
O índice de velocidade nas vendas de imóveis em Londrina é alto, revela a pesquisa. As obras são entregues em média 30 meses após o lançamento, com cerca de 80% a 90% das unidades vendidas. Londrina não enfrenta dificuldades para vender as unidades que atualmente são produzidas. Entretanto, o desafio está em aumentar o número de unidades e também o preço de venda, que está abaixo da média nacional. O metro quadrado das unidades em Londrina está em média 14% abaixo dos preços encontrados em Curitiba, mas os resultados mostram um equilíbrio entre a oferta e a procura de novos produtos no mercado.
Divisão por bairros
O diagnóstico utilizou os critérios do IPPUL - Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina, que divide o município em cinco macro regiões: Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro. De acordo com o levantamento, a região Norte concentra os bairros mais populares e de menor poder aquisitivo e demonstra ótimo potencial para a edificação de moradias mais populares. A construção de imóveis que estejam entre R$ 30 mil e R$ 40 mil poderá vir a ser uma grande oportunidade, principalmente em bairros como Leonor, Cinco Conjuntos, Parigot, Parques das Indústrias e Interlagos.
Londrina possui 56 bairros e os 20 mais populosos concentram 67,58% do total da população e os 10 mais populosos somam 46,04% do total. A pesquisa revela também que a região central é a que possui a maior concentração de renda do município enquanto a região Norte é a que possui a menor concentração de renda, sendo que, quanto menor a concentração de renda, maior a quantidade de pessoas em um mesmo domicílio.
Otimização de resultados
Henrique Lago, consultor da Brain Bureau, que acompanhou o lançamento da pesquisa, disse que o estudo permite dar um direcionamento ao mercado da construção civil para evitar conflitos e otimizar resultados. "O principal objetivo é conhecer o mercado onde atuam as construtoras e onde há espaço para atuarem, favorecendo seu posicionamento no mercado. Às vezes, há muita oferta de um tipo de construção e falta daquela que pode ter demanda", assinala.
Para Ricardo Magno Silva, consultor do Sebrae no Paraná, na região de Londrina, a pesquisa é importante porque traz um melhor nível de informações para o setor da construção civil. "O estudo também vem como uma forma de aprimorar o nível de planejamento de construção das empresas, pois mostra oportunidades de mercado e com isso é possível melhorar a competitividade e rentabilidade. Não adianta apenas fazer lançamentos e construções, é preciso que estejam de acordo com as necessidades do comprador", complementa Magno Silva.
Mais informações
De acordo com Junker de Assis Grassiotto, presidente do Sinduscon Norte do Paraná, o fator mais relevante desse trabalho é que numa cidade do interior, a capacidade de pesquisa é restrita. "Nacionalmente temos o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que faz pesquisas, mas que são generalistas. Em relação ao que é trabalhado particularmente numa região, não é possível. Quanto menor a cidade, maior a dificuldade", avalia o presidente.
Na opinião de Junker, a parceria entre o Sinduscon e o Sebrae, que realizaram o estudo, é fundamental para Londrina, pois é isso que está possibilitando conhecer a respeito do setor e do perfil da cidade, levando ao planejamento e investimentos adequados. "Conhecer o setor em números permite fugir do 'achismo'. A falta dessas informações leva as pessoas a agirem com base na experiência e no que acham e não em dados completos. Londrina se 'verticalizou' muito durante um período e esse cenário diminuiu nos últimos dez anos, passando para a construção de condomínios, e agora está voltando. Se um tipo de construção perdeu espaço, é sinal que a estratégia empresarial tem que ser repensada".
Agência Sebrae - Assessoria