SÃO PAULO - Na opinião do vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel de Oliveira, o pacote habitacional do governo federal e a baixa esperada na taxa Selic devem levar os bancos privados a investirem em produtos destinados à população de baixa renda.
Na avaliação do especialista, a medida deve ocorrer a médio ou longo prazo, pois, em um primeiro momento, o governo ainda precisa vencer algumas barreiras para que o programa Minha Casa, Minha Vida comece realmente a ter efeito.
"Acredito que após uma normalização do mercado, com a Selic continuando a cair, essa concorrência deverá se estabelecer a médio e longo prazo. Há um grande déficit habitacional nessa categoria. Além disso, é um público que demanda por muito crédito e para o qual os bancos teriam interesse em vender outros produtos como títulos de capitalização, consórcios e planos de previdência, por exemplo", explicou Oliveira, conforme publicado pela Agência Brasil.
Pacote habitacional
Ainda segundo o vice-presidente da Anefac, um dos entraves do governo para tirar o programa Minha Casa, Minha Vida do papel é a questão dos terrenos que envolve, na visão dele, fatores políticos.
"Como esse plano está atrelado à disponibilidade de terrenos que deverá ser indicada pelas prefeituras, os parceiros do governo, há um fator político. Nas grandes cidades, não se encontram mais terrenos em áreas próximas e isso é um entrave para o governo viabilizar a implementação do plano", disse.
Na última segunda-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao comentar o início do cadastramento de interessados em comprar ou construir casas por meio do programa habitacional, admitiu que a população deve levar algum tempo para perceber os primeiros resultados do pacote.
Fonte: InfoMoney, Gladys Ferraz Magalhães.