SÃO PAULO - Em palestra durante o II Fórum de Riscos, promovido pelo Bradesco Auto/RE, nesta terça-feira (2), o ex-prefeito de Nova Iorque e empresário do ramo de seguros, Rudolph Giuliani, afirmou que a política social dos Estados Unidos, que garantia moradia para todos, até mesmo àqueles que não tinham condições de pagar, foi um grande erro, e a causa da crise.
"A crise subprime começou com a política de moradia para todos, na qual se dava dinheiro a todas as pessoas, para que estas pudessem comprar suas casas, mesmo quando não podiam arcar com a dívida. A teoria era boa. O objetivo era proporcionar aos mais pobres uma chance de ter onde morar. Isso reduziria a violência e a miséria. Enfim, seria bom para a sociedade", contou ele.
"Essa política funcionou por um tempo. O valor das propriedades aumentou 20%. O erro veio depois. Os financiamentos para a casa própria foram colocados em um mesmo pacote, de forma bastante complexa, e vendidos a seguradoras. O vírus se espalhou, por conta de cálculos inexatos de riscos", acrescentou.
A incontrolável crise
Questionado sobre se o governo americano não havia percebido que a crise estava por vir, ele respondeu: "Ninguém tinha notado. Aliás, tinha sim, mas de uma forma confusa. Até mesmo pessoas brilhantes, como Alan Greenspan, não estavam preparadas para tal. Mas isso não é uma ciência, é muito maior. Ao lidar com os riscos, planos de emergência são necessários. Porém, não havia plano algum para lidar com uma crise como esta".
O ex-prefeito de Nova Iorque também disse que o governo americano deu dinheiro até mesmo a bancos que não precisavam realmente, mas nunca os ajudou a resolver seus problemas, que têm origem nos ativos tóxicos.
Também perguntaram a Giuliani se as autoridades norte-americanas não perceberam que poderia haver uma ruptura na seguradora AIG, ao que ele respondeu que a empresa era regulada pelo governo. "A AIG era muito bem regulada, mas se envolveu em muitos negócios e acordos que não eram submetidos à aprovação do governo. De qualquer forma, não havia problemas relacionados ao seu core business (principal frente de atuação da empresa)", completou.
Fonte: InfoMoney
Karin Sato
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