O mercado imobiliário nos bairros no entorno da Linha Verde, eixo de urbanização da antiga BR-116, já vive um boom de preços. Imóveis comerciais, residenciais e terrenos tiveram aumento de até 100% desde 2007, quando teve início a construção da primeira etapa da obra, já concluída, que liga o Pinheirinho, na zona sul da cidade, ao Jardim das Américas, na zona leste.
A alta é semelhante à que viveu recentemente a região do Campo Comprido em relação ao Ecoville e ocorre sempre que alguma região vira alvo de uma alteração urbana de grande porte.
Bairros como Boqueirão, Capão Raso, Guabirotuba, Pinheirinho e Xaxim estão entre os que mais se valorizaram, segundo o vice-presidente de lançamentos, compra e venda do Secovi-PR, Paulo Celles.
“A região da Linha Verde tem grande potencial de crescimento nos próximos anos, o que faz com que o mercado imobiliário comece a se mobilizar para atender essa demanda futura. O entorno da antiga rodovia deve também concentrar projetos dentro do programa de habitação popular do governo federal, o Minha Casa, Minha Vida”, diz Marcelo Alisson, gestor executivo de vendas da construtora mineira MRV para o sul do país.A alta é semelhante à que viveu recentemente a região do Campo Comprido em relação ao Ecoville e ocorre sempre que alguma região vira alvo de uma alteração urbana de grande porte.
Bairros como Boqueirão, Capão Raso, Guabirotuba, Pinheirinho e Xaxim estão entre os que mais se valorizaram, segundo o vice-presidente de lançamentos, compra e venda do Secovi-PR, Paulo Celles.
Para Marcos Kahtalian, consultor do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) no Paraná, o mercado de Curitiba como um todo se valorizou. Mas os bairros da Linha Verde devem ter um aumento ainda mais expressivo, já que há uma movimentação urbana importante, como a abertura de ruas e a infraestrutura viária. Além disso, começam a surgir na região supermercados, farmácias e lojas para aproveitar o fluxo de pessoas que circulam na via de transporte, estimado em 300 mil pessoas. Ao todo Curitiba ganha, com o projeto total, 5,5 milhões metros quadrados para construção, que poderão ser triplicados verticalmente.
Especulação
A expectativa de melhora, com a “substituição da estrada pela avenida”, trouxe otimismo para os donos de imóveis na região. Porém o volume de negócios de compra e venda ainda é pequeno, o que indica que o mercado está buscando seu ponto de equilíbrio. “Ainda há muita especulação. Alguns proprietários jogaram os preços lá em cima. A questão será saber se haverá negócios nesses patamares. Em algumas regiões se justifica um reajuste desse porte, em outras não”, afirma Ralf Paciornik, gerente comercial da Top Imóveis. A empresa foi responsável por erguer, junto com a BP Empreendimentos, um dos principais projetos imobiliários na região, o Curitiba Office Park, que oferece espaços empresariais.
Alfredo Canezin, presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Creci) no Paraná, diz que o mercado ficou muito tempo estagnado e depois, com a reação, os preços subiram muito. “Isso não quer dizer, no entanto, que ocorram negócios nesses patamares. O volume de transações ainda é pequeno”, afirma.
De acordo com o vice-presidente de lançamentos, compra e venda do Secovi-PR, Paulo Celles, nos últimos dois anos residências no bairro Pinheirinho, por exemplo, tiveram reajuste médio de 72% e algumas casas no Boqueirão, de 63%. Mas o aumento chega até 107%, como no caso dos terrenos no Pinheirinho.
Esse movimento tem sido puxado principalmente por grandes construtoras, que têm prospectado terrenos nos bairros cortados pela antiga rodovia para construção de condomínios de apartamentos. “São áreas de 30 mil, 40 mil metros quadrados que devem abrigar, no futuro, grandes condomínios residenciais, voltados principalmente para a classe média baixa”, diz Boris Madsen Cunha, diretor técnico administrativo da WAA Willer Arquitetos Associados.
O mercado de locação também está mais aquecido, principalmente nos bairros Pinheirinho, Lindóia e Prado Velho. De acordo com Veridiana Ferreira da Rocha, angariadora da LS Castro Corretora de Imóveis, o valor do aluguel em regiões próximas à rodovia, que há dois anos não superava 0,4% do valor total do imóvel, hoje está dentro da média de mercado (em torno de 0,7%).
Fonte: Gazeta do Povo
Cristina Rios
Link: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=940161&tit=Linha-Verde-vive-onda-imobiliaria