Quem tem pouco dinheiro no bolso, mas quer ganhar com o bom momento do mercado imobiliário no Brasil pode apelar para os fundos imobiliários. Eles seguem a valorização dos imóveis e permitem aporte a partir de R$ 1 mil em empreendimentos de alto valor, mais escassos e seguros.
A vantagem dos fundos vem, em parte, dos problemas de investir em imóveis propriamente ditos, principalmente se ele corresponde à maior parte do capital do investidor. Segundo Luiz Calado, autor de Imóveis: Seu Guia para Fazer da Compra e Venda um Grande Negócio, além de concentrar o risco em uma só aposta, o processo de imobilização – e depois desimobilização – é caríssimo: custa 6% de corretagem e até 3% de ITBI, além do custo de cartórios.
Segundo Sergio Belleza, consultor de investimentos imobiliários, os fundos rendem líquido (sem impostos) entre 0,7% e 1,1% ao mês, sem contar a valorização da cota. No caso dos imóveis físicos, a renda mensal com aluguel fica entre 0,6% e 0,7% do valor do imóvel e ainda paga IR de até 27,5% ao mês. A maioria dos investidores pessoa física só conhece o mercado residencial de imóveis, mas o setor comercial (escritórios, shoppings, hospitais) foi o que primeiro reagiu no Brasil.
O segmento é o preferido dos fundos. O aluguel de escritórios de alto padrão subiu 34,5% nos últimos três anos em São Paulo e 63,16% no Rio, segundo a consultoria Jones Lang LaSalle.
Os fundos têm apostado em grandes prédios de escritórios e na construção de centros de compras. Entre os empreendimentos erguidos com recursos de fundos estão a Torre Almirante, no Rio de Janeiro (alugado à Petrobras); os shoppings Parque Dom Pedro, em Campinas, e Floripa, em Florianópolis; e o hospital Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo.Os fundos cobram uma taxa de administração média anual de 0,5%.
“Uma das maneiras de ganhar dinheiro com imóvel é comprar algo degradado, depois fazer uma boa reforma e vender. Isso você não tem em um fundo”, diz Calado. Para quem vai comprar o primeiro imóvel, há a ressalva de que ele reduz a despesa com aluguel e se transforma em hedge (proteção) dos gastos com habitação. “Ninguém vai morar em um fundo de investimento. Mas o mercado vive uma grande euforia imobiliária. A chance de as pessoas comprarem algo equivocado é alta. São sempre transações grandes. As pessoas não têm experiência com imóvel.”
Fonte: Gazeta do Povo
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1041664