O Banco do Brasil (BB) negocia parcerias com consultorias e imobiliárias para ampliar sua presença no crédito habitacional. O modelo de referência é o do Banco Itaú, que se associou com a Lopes há mais de dois anos e, recentemente, fechou parceria com a imobiliária Coelho da Fonseca, voltada para o mercado de imóveis para um público com maior renda.
O vice-presidente de cartões e novos negócios do BB, Paulo Rogério Caffarelli, confirmou que o banco está se movimentando nesse sentido, mas não quis mencionar nomes de potenciais parceiros. Para Caffarelli, essas parcerias permitem simplificar a oferta do financiamento. O ideal seria, segundo ele, deixar o funcionamento do segmento semelhante ao que ocorre no ramo de veículos, em que o financiamento é feito em conjunto com a venda do carro na concessionária, em uma operação simples sem a necessidade de ir ao banco.
Ele destacou que, com apenas dois anos de atuação no financiamento habitacional e sem essas parcerias, o banco estatal passou o HSBC e já é o quinto maior do mercado no segmento. Agora, a meta é ultrapassar o Bradesco, que hoje ocupa a quarta colocação. ?O BB veio para ser um grande player nesse mercado?, disse o executivo, destacando que o banco conta com R$ 7 bilhões de recursos para emprestar no crédito imobiliário. O banco já emprestou neste ano R$ 2,1 bilhões e a projeção de Caffarelli é de que o volume concedido pelo BB atinja os R$ 3 bilhões até o fim de 2010.
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Além da busca por parcerias com consultorias e corretoras imobiliárias, a estratégia do BB passa pela atuação com as construtoras para o financiamento dos próprios empreendimentos. Esse crédito é destinado a quem constrói - e não a quem compra o imóvel. Caffarelli disse que o BB já trabalha com as 16 maiores construtoras do País.
Esses contratos têm potencial de, em uma segunda etapa, levar ao BB os clientes finais que comprarão as unidades construídas. Apesar de demonstrar apetite por crescer no ramo imobiliário, Caffarelli faz questão de ressaltar que o banco não disputa mercado com a Caixa Econômica Federal - instituição financeira estatal líder no crédito habitacional e principal operadora do programa ?Minha Casa, Minha Vida?. ?Nós não concorremos com a Caixa, mas com Bradesco, Santander e Itaú?, disse. Ele informou que, no ?Minha Casa, Minha Vida?, o banco deve financiar a construção de 100 mil unidades até o fim de 2011.
Caffarelli destacou ainda que a intenção do governo de avançar no crédito imobiliário é parte de uma estratégia mais ampla de negócios do BB. Isso porque esse produto tem um nível de inadimplência muito baixa e é um catalisador de fidelização do cliente. Como os contratos são de prazo longo, o cliente passa a ter uma relação de muitos anos com o banco.
Fonte: Agencia Estado
FABIO GRANER E FERNANDO NAKAGAWA
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