A maior cidade da região metropolitana se verticaliza e apresenta boas oportunidades
O mercado imobiliário da maior cidade da Região Metropolitana de Curitiba não é muito diferente dos negócios na capital. Em São José dos Pinhais, os preços são mais baixos. Mas também subiram nos últimos anos e agora estão em fase de ajuste. No município vizinho, porém, a verticalização chegou com força somente há cerca de dois anos.
“São José segue tendências parecidas com as da capital, mas não em curto prazo”, comenta Rodrigo Porto, diretor da Porto Camargo Engenharia, que tem dois empreendimentos lançados no município.
Com 270 mil habitantes – população cerca de seis vezes menor que a capital – São José apresenta índices de um município em desenvolvimento, observa Porto, com uma vantagem: tem grande potencial de crescimento para os próximos anos. Estudos do Perfil Imobiliário 2012 da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) mostram a população cresce em ritmo bem mais acelerado do que na capital – a projeção é que até 2016, São José e a vizinha Colombo recebam, juntas, cerca de 25 mil novos domicílios.
Mais prédios
Dilermando Eleutério, conselheiro do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-PR) em São José, diz que o mercado imobiliário segue aquecido desde 2009, com forte tendência de verticalização. “Os terrenos começam a ficar mais caros nas regiões centrais, inviabilizando a construção de casas térreas. Estamos vendo mais prédios no horizonte da cidade”, comenta Eleutério.
Ilso Gonçalves, diretor da JBA Imóveis, de Curitiba, que também comercializa apartamentos, terrenos e sobrados no município, vai além. “São José tem um plano diretor menos rígido que o de Curitiba e o potencial construtivo é maior. Isso anima os construtores”, diz.
Característica
A cidade concentra imóveis com valores de até R$ 200 mil – característica que se repete nos demais municípios da Região Metropolitana. “A média do metro quadrado na RMC sempre será mais baixa do que em Curitiba, pois a região atende ao perfil mais econômico”, explica Gustavo Selig, presidente da Ademi-PR.
Em São José, não há registro de lançamentos de apartamentos de luxo, com quatro dormitórios, nem de unidades especiais (apartamentos tipo estúdio, com um quarto), na pesquisa da Ademi. A percepção do mercado é de que não há demanda para esse tipo de imóvel.
Nos municípios vizinhos à capital, diz Selig, são viáveis os projetos de empreendimentos que custam menos para quem incorpora e constrói – e também para o comprador final. “Os terrenos são mais baratos”, aponta.
Migração
“A construção em São José ajuda a suprir o déficit local, mas também há migração de moradores de Curitiba para lá”, afirma Gustavo Selig. O vaivém acontece, principalmente, por parte de quem não mora em bairros centrais da capital e percebe que residir no município vizinho pode trazer facilidade de locomoção e melhor qualidade de vida.
Quem vive em bairros tradicionais de Curitiba dificilmente se muda para lá, diz o presidente da Ademi-PR. “Mas alguém que reside no Pinheirinho, por exemplo, pode ver mais vantagem em morar em um imóvel novo em São José por causa dos preços e facilidades de acesso”, exemplifica.
Tranquilidade
Um dos polos industriais da RMC, São José dos Pinhais alia o crescimento ao perfil de cidade do interior. Para o conselheiro do Creci-PR em São José dos Pinhais, esse é um atrativo da cidade. “Tem shopping, restaurantes, comércio, serviços e boa estrutura. Mas nos finais de semana, o sossego é igual ao do interior, e tem muita gente de Curitiba que procura por essa tranquilidade”, aponta Dilermando Eleutério.
Fonte: Jornal Gazeta do Povo